Aplicativo contra o racismo é lançado em Salvador

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) disponibilizou um aplicativo que mapeia casos de intolerância religiosa e racismo sofridos ou testemunhados em todo o estado baiano. O software possibilita a realização da denúncia com mais agilidade e segurança para o cidadão por meio do celular.

A ferramenta é gratuita e auxilia nas denúncias de discriminação racial, intolerância religiosa, injuria racial e racismo institucional. A ocorrência pode ser registrada de forma anônima preservando assim a imagem do denunciante.

Com base em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2017, 82,7% da população soteropolitana declarou-se não branca. Deste percentual 36,5% são de negros e 45,6% de pardos. A Bahia é o quarto do Brasil em percentual de negros, com 80,2% da população autodeclarada; média nacional é de 55,4%.

O usuário do aplicativo é guiado por um tutorial, onde irá aprender a identificar a ocorrência, com base nas classificações expressadas nas leis brasileiras. Depois de relatado o evento pelo mapa do racismo, o documento é encaminhado ao promotor que atua na cidade em que o caso aconteceu.

"É uma forma segura e rápida de registrar. A partir daí, o promotor em questão vai apurar e encaminhar o inquérito policial. O registro pode ser feito de forma anônima, mas é importante que a vítima reúna a maior quantidade de informações sobre dados do autor, até fotos e vídeos, para ajudar o Ministério Público a identificar essa pessoa, e assim levar para a polícia", pontua a promotora de Justiça do MP-BA

, Lívia Vaz.

Além de conceder um espaço para que essas denúncias sejam feitas, a ferramenta também vai oferecer um mapa de incidência dos casos detalhados por categoria, para que possa ser consultado pelo público em geral.

"Qualquer pessoa que baixar o aplicativo vai poder acessar os dados conferenciados, não só o MP. Um pesquisador que queira ter dados, por exemplo, vai poder obter isso com facilidade. A gente também vai disponibilizar materiais educativos para os usuários. Além disso, ele [o aplicativo] vai trazer notícias da temática do combate ao racismo, para que a população veja a eficácia das medidas tomadas", disse Lívia.

Fonte:Gabriel Gonçalves/ G1-BA

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