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Mercado do Sexo: Acompanhantes estão fora das ruas, mas dentro das redes sociais

  • Flávio Kakarotto
  • 16 de nov. de 2018
  • 3 min de leitura

Foi-se o tempo em que o cidadão passava de carro pelas orlas de Salvador e avistava grupos de garotos e garotas para o serviço de acompanhante nas ruas ou nas esquinas das grandes avenidas da cidade. Houve uma significativa migração para as mídias sociais. Facebook, Instagram e outros meios estão sendo cada vez mais usados para este tipo de serviço.

O aplicativo WhatsApp é o favorito dos profissionais do sexo. “Sempre faço meus agendamentos pelo whats. É mais prático. Tem mais privacidade”,

afirma Renato Priapo (30), garoto de programa.

Renato explica que iniciou a vida no mercado do sexo nos sites de bate-papo. Ele estava desempregado, morando de aluguel e cheio de dívidas. Precisava arrumar um modo de pagar as contas. “Passei a expandir meus conhecimentos sobre este mundo. Minhas contas foram chegando e eu as pagava por meio dos atendimentos. Fui ganhando cada vez mais clientes”, disse ele. Renato também falou sobre a busca de um diferencial num mercado tão amplo e concorrido. “Coloquei na minha cabeça que iria oferecer mais do que sexo. Ofereci atenção, carinho, companhia”, completa.

Variados são os serviços no mercado de acompanhantes

Os sites de acompanhantes estão aos montes. Características físicas, modo de trabalho, tabela de preços, jornada diurna ou noturna, tudo está lá. As propagandas feitas pelos profissionais e a forma de abordagem para chamar a atenção de cada futuro cliente são extensas. “Linda, magrinha, bumbum empinadinho. Serviço tranquilo, estilo namoradinha”, publica Gaby Garotinha (18), nas suas mensagens via WhatsApp. Gaby diz ter entrado na profissão por sempre desejar sair de casa e não tinha dinheiro para isso, contudo, quando assistiu ao filme “Bruna Surfistinha” veio sua inspiração.

Se Gaby Garotinha disse que ingressou pelo desejo de sair de casa, inusitada foi a forma de ingresso de Ingrid Karol (26). “Entrei por acaso. Frequentava um bar que era ponto de garotas de programa e eu não sabia. Certa vez estava ficando com um homem e no final da noite ele me pagou”, fala Karol.

Restrições para atendimentos são raros neste mercado. Ingrid é das poucas garotas que se limita a quem quer atender. “Atendo só homens. Muitos casais me procuram, mas prefiro não atender, pois há sempre ciúmes por parte da mulher”.

Na contramão de Ingrid, segue Daniel GP (23), que diz não atender mulheres, somente homens e casais. Daniel, que trabalhava como cabeleireiro, diz que sempre se considerou viciado em sexo, e conheceu o mercado quando fazia os cabelos à domicílio de algumas mulheres que já trabalhavam neste ramo. “Bateu uma curiosidade sobre este mundo. Resolvi unir o útil ao agradável, pois gosto muito de sexo. Ser pago para fazer o que gosto é ótimo”.

Cada um teve seu motivo para entrar neste mercado, porém, possivelmente, o fator financeiro é a principal razão para permanecer. “Tem dia que atendo mais, tem dia que atendo menos. Mês fraco, faturo uns R$ 4.000,00. Já nos meses de maior atendimento,

faturo R$ 7.000,00.” afirma Gaby Garotinha. Já Renato Priapo, que concilia um emprego normal com o serviço de atendimentos, diz que fatura em torno dos R$ 1.000,00 por mês. “Às vezes penso em largar o trabalho convencional e voltar a ser garoto de programa todos os dias” comenta. Priapo ainda falou sobre ser ciente que um dia não terá a mesma vitalidade que tem hoje, mas não pensa no futuro. Por enquanto irá conciliar o emprego com os atendimentos. Os seus clientes quem dirão quando ele deverá parar. Gaby, por sua vez, projeta um futuro em que não dependa mais deste mercado. “Estou no 3º semestre de veterinária numa faculdade privada de Salvador. Estou nesta vida para pagar meus estudos, me formar e futuramente ter minha própria clínica veterinária, largando de vez o mundo dos serviços de acompanhantes”, conclui Gaby Garotinha.

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