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A busca da felicidade

  • Luan Ângelo
  • 9 de nov. de 2018
  • 3 min de leitura

Superar dificuldades da vida, não enfrentar sua própria batalha sozinho, ter o apoio de pessoas importantes, quebrar as resistências das suas escolhas, escolher viver do melhor jeito possível. Se esses são desejos comum para qualquer pessoa, para travestis e transexuais eles têm um valor especial, já que estamos em uma sociedade que mais mata esse público em especifico.


Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), cerca de 179 pessoas trans foram mortas, sendo que 169 travestis e mulheres trans e 10 homens trans. Em 2017, desses casos apenas 18 foram resolvidos. “Nenhum LGBT deve ou deveria sofrer tanto apenas por ser LGBT. Assim como qualquer outra diferença do dito normal na sociedade não deveria passar por determinadas situações como negros e pessoas com deficiência sofrem”, relata Victor Hugo Vilas Boas (23), estudante de Direito, homem trans, ativista em defesa dos Direitos Humanos e Constitucionais pela diversidade de gênero.


Em meio a violência é importante ter alguém que possa ajudar na trajetória. No caso de Victor, a mãe se tornou a principal apoiadora, além de se engajar na luta pelo direito do seu filho. “Minha mãe desconstruiu muitos costumes padronizados heteronormativos por minha causa, entrou na luta comigo depois de um tempo e me defende com unhas e dentes, ela me aconselhou a começar a faculdade e me formar com tudo mudado para sofrer menos”, afirmou.


Ao tomar determinadas escolhas sexuais pode trazer certas consequências para vida, pode mostrar o lado negativo de alguns familiares, amigos e conhecidos ou a própria sociedade. Este não é o caso de Victor, sua família e amigos o apoiou, lhe dando esperança, respeito, carinho, amor e muita força para seguir a trajetória na busca pela felicidade. Segundo ele aos 14 anos já morando na capital baiana foi que veio acontecer os primeiros casos de ofensas. “Desde pequeno os amigos me tratavam no masculino e eu não conseguia ver como bullying por que realmente me via assim, enquanto achavam que estavam me ofendendo na verdade estavam tecendo elogios. Foi assim que aprendi a conviver com as diferenças”.


Transição


A idade mínima para começar a mudança de sexo no Brasil é a partir dos 12 anos, sem o uso de hormônios. Nesta fase, a pessoa usa um inibidor impedindo o começo da puberdade. Aos 16 é possível começar o tratamento hormonal, já a cirurgia para troca de gênero só aos 21 anos. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o momento da transição é quando acontecem às mudanças das características primárias para secundárias. Esse é o momento que a pessoa passa a viver como sua mente pensa e não mais da forma biológica, á hora de se sentir livre e alegre. Segundo Victor, “aos 20 anos de idade foi quando adquiri conhecimento da transição. Ser transexual não precisa mudar seu corpo, sua imagem externa, isso é consequência até dos ditos padrões da sociedade que só é homem quem tem barba e mulher quem tem seio. As mudanças corpóreas vieram depois que minha mente me aceitou”.


Quanto ao nome social, Victor vem tentando fazer a alteração o nome no sistema da faculdade. Desde 2016 a instituição veio rejeitando todos os pedidos. Dia 3 de julho de 2017, o estudante precisou se expor nas redes sociais e contar sua briga com a entidade, além de acionar a defensoria pública. Com pouco tempo a situação incômoda ganhou visibilidade nos noticiários do estado, e desta forma conseguiu fazer a troca do nome. “A Vitória na minha universidade veio depois de incansáveis meses. A exposição me sugou muita energia, tem que estar preparado para ouvir muita barbaridade na internet, mas recebi muito carinho também. Depois de toda evidência midiática mudaram meu nome e qualquer demanda que tenho se disponibilizam para resolver logo. A universidade criou a opção na plataforma digital e desde então varias palestras foram dadas do assunto na instituição”, informa Victor.


Oportunidades


Além dele, outros transgêneros vêm lutando por espaços. Márcia Rocha, advogada, moradora de Curitiba, a primeira travesti a ter o nome social no Cadastro Nacional de Advogado, é uma das pioneiras no projeto transemprego, no qual sua atividade é focada na coleta dos currículos de pessoas transexuais e travestis, levando para empresa que fazem parceria.

Em São Paulo existe o projeto Reinserção Social Transcidadania, iniciado em 2015, com a capacidade para atender 100 integrantes, com uma bolsa auxilio de R$ 840. Em 2018 o projeto atende 400 pessoas com uma bolsa de R$ 1.001,70 durante dois anos para o público alvo possa completar a educação básica.

Na Bahia, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), integrou no seu vestibular 2% de cotas para Travesti e transexuais a partir de 2019.


 
 
 

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