Você já ouviu falar do autismo e do tea?
- Marília Queiroz
- 16 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Já faz tempo que crianças com problemas neurológicos têm sido diagnosticadas como autistas. Após vários estudos, os especialistas hoje falam em transtorno do espectro autista, por entenderem que existem diferentes níveis ou graus. O termo “espectro” reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com autismo.
E o que são estes transtornos? São alterações do neurodesenvolvimento de um indivíduo, na maioria das vezes detectados na 1ª infância, cujas alterações são percebidas principalmente na comunicação e interação social e em padrões restritos e repetitivos de comportamento. O autismo é apenas um dos transtornos que integram o quadro do tea. São exemplos de transtornos que fazem parte do espectro e que anteriormente eram considerados diagnósticos distintos, a síndrome de asperger (a qual o jogador argentino Messi foi diagnosticado aos 8 anos de idade. Essa síndrome considerada como uma forma branda de autismo) e o transtorno global do desenvolvimento.
Para quem ainda, não ouviu falar do autismo, pesquisas sugerem que este transtorno que afeta mais meninos que meninas (já se fala numa proporção de 4:1) tem como causas fatores genéticos associados a fatores ambientais. Após realizado o diagnóstico, o tratamento se faz com psicólogos e equipes multidisciplinares de diversas áreas por exemplo, a psicoterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, atividade física, musicoterapia, etc.
E quais os sintomas que podem indicar alterações do neurodesenvolvimento de um indivíduo, que indiquem o tea? De acordo com a fase de desenvolvimento do indivíduo pode-se definir duas fases:
EM BEBÊS E CRIANÇAS:
Até 6 meses, contato visual limitado ou inexistente; aos 6 meses de idade, não demonstra nenhum sorriso social ou outras expressões quentes, alegres dirigidas às pessoas; aos 9 meses, não compartilha de sons vocais, sorrisos ou outra comunicação não-verbal; com 12 meses, nenhum balbucio, bem como nenhum uso de gestos para se comunicar (por exemplo, apontar, alcançar, acenar etc.), com 12 meses, nenhuma resposta ao nome quando chamado; por volta dos 16 meses, sem palavras; em 24 meses, não emite expressões significativas de duas palavras; qualquer perda de qualquer discurso adquirido anteriormente, balbuciar ou habilidades sociais.
EM QUALQUER IDADE:
Evita contato visual e prefere ficar sozinho; luta com a compreensão dos sentimentos de outras pessoas; permanece não verbal ou atrasou o desenvolvimento da linguagem; repete palavras e frases mais e mais (ecolalia); fica perturbado por pequenas alterações na rotina ou arredores; tem interesses muito restritos; realiza comportamentos repetitivos como bater, balançar ou girar;tem reações incomuns e muitas vezes intensas a sons, odores, sabores, texturas, luzes e / ou cores.
Aqui em Salvador, já existe o Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA), localizado no bairro do Campo Grande, inaugurado em novembro de 2016. A instituição é referência no Sistema Único de Saúde (SUS) para a assistência especializada e interdisciplinar aos pacientes autistas de todo o Estado e conta com uma equipe multiprofissional composta por assistentes sociais, educadores físicos, enfermeiro, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, musicoterapeuta, nutricionista, psicopedagogo, psicólogos e terapeutas ocupacionais, que prestam assistência a cerca de 200 pacientes/mês.

Foto: Jornal Grande Bahia
E para quem quer se aprofundar mais no assunto sugerimos o blog Vittude e filmes (muito emocionantes) com personagens autistas encontrados na Netflix com os títulos: Atypical (série), Marathon e Life Animated(documentário).
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