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O marco português na Bahia

  • Jônatas Almeida e Lindaura Berlink
  • 15 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

O mês de novembro marca a data do primeiro registro dos portugueses na terra a qual chamavam de Baía de Todos os Santos. O local formado por três baías, sendo a maior do Brasil e a segunda maior do mundo, só recebeu esses novos moradores em 1501, um ano após as caravelas lideradas por Pedro Alvares Cabral aportarem no Litoral Sul, região conhecida por Porto Seguro.


Foto: Jônatas Almeida

Para além dos fatores naturais, a Baía de Todos os Santos possuía grande importância militar e econômica no século XVI, pois abrigava o maior porto do hemisfério sul, onde era transportado produtos brasileiros, da América espanhola e foi o maior porto de tráfico negreiro do Atlântico.


“Á Baía de Todos os Santos, teve inicialmente uma importância militar, pois possui colinas e acidentes geográficos que lhe permitiam a construção de fortes, a exemplo do forte Santo Antônio da Barra e do forte de Santa Maria, que preveniam os ataques de países como a França, Holanda e Inglaterra que na época tinham interesse nas terras da colônia brasileira. Além disso, a Baía de todos os Santos, é um excelente ancoradouro natural, visto suas águas calmas, o que seria para os portugueses um excelente local para guardar seus navios”, explica o historiador Matheus Berlink (26).


Um desses fortes que foi utilizado para defesa da colônia portuguesa, Forte São Diego, localizado no Porto da Barra, abriga o painel de azulejos que conta a história da chegada dos portugueses na Bahia.


Foto: Lindaura Berlink

Uma das heranças coloniais deixadas no estado é a azulejaria. O historiador revela que os azulejos viajavam para Bahia com a finalidade inicial de serem utilizados como Lastros, peso utilizado como fundo dos navios para equilíbrio dos mesmos. Contudo, com o estabelecimento dos colonizadores na primeira capital do Brasil, os azulejos mantiveram a mesma tradição portuguesa aqui.


“Produzidos em Portugal, esses azulejos inicialmente iriam manter a mesma tradição portuguesa, já que o Brasil até então era visto como ‘Portugal além mar’ e serão utilizadas na ornamentação interna de igrejas, obviamente tendo, como principal tema de seus retratos, a religiosidade católica. Olinda e Salvador foram as primeiras cidades a receberem a ornamentação em azulejaria”, relata o historiador.


Foto: PATRIMÔNIO ESPIRITUAL

O gosto e cultura do colonizador, apesar de ser um fator importante para a utilização dessas decorações, não foi o único responsável para a sua permanência histórica. O clima brasileiro contribuiu bastante para isso.


“Pelo fato da colonização inicialmente ter sido feita pelo litoral brasileiro, o clima tropical contribuiu para a propagação da azulejaria, que a partir desse momento tem uma função, não apenas decorativa e religiosa, mas uma função de tornar os ambientes menos calorosos e úmidos”, disse Mateus.


Foto: PATRIMÔNIO ESPIRITUAL

A Igreja e Convento de São Francisco, localizada no Pelourinho, bairro histórico de Salvador, foi erguida pelo governo português e pela doação de fiéis. Na capela e no Claustro as pinturas em quase 55 mil azulejos mostram a vida de São Francisco.


O interessante é que a partir da utilização dos painéis decorativos, surgiu um novo modelo arquitetônico envolvendo os azulejos portugueses, a azulejaria de fachada. “Não apenas o interior dos prédios e igrejas seriam ordenados pelos azulejos, mas também as fachadas externas. Forma essa que, depois, até será ‘exportada’ para Portugal”, ressalta Matheus.


Sobrado de azulejos portugueses da Praça Cayru, erguido no século XIX e tombado pelo Iphan, abrigará Museu da Música. Imóveis foram declarados de interesse público pelo município (Foto: Almiro Lopes)

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